segunda-feira, 6 de maio de 2013


O artigo abaixo foi veiculado no Jornal Hoje de Casca, no dia 27/12/2012. Para quem não tinha lido ainda, acredito ser um importante início para ampliar nossas discussões.
 
 
Patrimônio Cultural, Cidades e Igrejas

 

Prof. Ms. Grasiela Tebaldi Toledo

 

As cidades são locais privilegiados de preservação do patrimônio cultural, uma vez que agregam memórias de variadas épocas e momentos históricos por qual a cidade passou. Muitas cidades tem seu principal patrimônio histórico-arquitetônico, e também simbólico/imaterial, representado pelas Igrejas, uma vez que, na maioria dos municípios, o prédio da Igreja é um dos mais antigos, senão o único prédio histórico da cidade. Dessa forma, a preservação das Igrejas, vai além de questões de crenças religiosas e diz respeito à identidade cultural de uma cidade.

Preservar o patrimônio cultural é mais que simplesmente proteger algo da destruição ou do desaparecimento, é torná-lo significativo para uma comunidade, um local, um país ou qualquer outro tipo de grupo social. É desafiador e necessário envolver a comunidade, para que esta se sinta integrada com o patrimônio e o perceba como sua herança e parte da memória coletiva do grupo onde vive, e, além disso, é dever de arqueólogos, museólogos, historiadores, arquitetos, educadores, entre outros profissionais, garantirem a integridade dos patrimônios e criarem mecanismos que possibilitem a população ter acesso aos bens assegurados.

Falar sobre a cidade e seus patrimônios é evocar lembranças pessoais, lembranças dos grupos que a formaram, dos acontecimentos que a marcaram e principalmente pensar sobre as perspectivas de futuro que a coletividade aspira.

Entende-se por patrimônio, o conjunto dos elementos históricos, arquitetônicos, ambientais, paleontológicos, arqueológicos, ecológicos, científicos e imateriais, para os quais se reconhecem valores que identificam e mantém a memória. Esses são referenciais do modo de vida e da identidade social, ou seja, um patrimônio pode ser definido como um conjunto de bens, uma reserva de valores. O patrimônio cultural não é o mais belo ou o que é esteticamente mais bonito, mas sim o que traz lembranças sobre o passado, sejam elas boas ou ruins, mas que servem para a reflexão sobre nossa história. Um patrimônio pode ser um monumental prédio, mas também uma casa simples que demonstra a forma de construir do passado e de um grupo de pessoas.

Nesse sentido, preservar algum tipo de patrimônio cultural é manter viva as memórias, as histórias, as coisas que representam aspectos da identidade de cidades, famílias, grupos étnicos, etc. Preservar é necessário para que tenhamos referências de quem somos, como chegamos, onde estamos e o que podemos fazer com nossos potenciais.

            Os profissionais de diversas áreas do conhecimento tem em mente que o patrimônio cultural é não-renovável e que as gerações futuras têm o direito de conhecê-lo. Assim, ações em defesa do patrimônio, são sempre louváveis, uma vez que ampliam o sentimento de pertencimento em relação a uma comunidade.


2 comentários:

  1. Grasiela Toledo, faço minha as suas palavras:

    "Preservar é necessário para que tenhamos referências de quem somos, como chegamos, onde estamos e o que podemos fazer com nossos potenciais."

    Espero que o blog possa auxiliar a disseminar essa visão que compartilhamos a respeito da nossa história, nosso patrimônio.

    ResponderExcluir
  2. E a materialidade, expressa na Igreja, ou em qualquer outro prédio marca muito nosso cotidiano, principalmente para quem mora nas cidades e vê o crescimento urbano em ritmo acelerado. Pensar e preservar a história é uma forma de entender as mudanças que vemos no mundo atualmente!

    ResponderExcluir